sábado, 9 de julho de 2011

Aceitando o que acontece









 
Aceitando o que acontece

:: Elisabeth Cavalcante ::

Uma das maiores fontes de angústia para o ser humano é não conseguir moldar a vida de acordo com seus desejos. Todos gostaríamos de ver materializados rapidamente os nossos anseios e, quando isto não acontece, sentimo-nos frustrados e, muitas vezes, cheios de raiva.

Tão envolvidos ficamos neste processo, que se torna difícil perceber o quanto esta atitude rígida acaba bloqueando a possibilidade de que o novo, o inesperado e o surpreendente aconteçam.

Visto que nossos desejos são, em sua maioria, determinados pelo ego e por emoções conflitantes, vê-los materializados não é, em absoluto, garantia de que nos farão felizes.

Ao contrário, ainda que a princípio possamos nos sentir assim, logo novas inquietações surgirão, para nos levar de volta ao mesmo estado de ansiedade e insatisfação.

Por que, então, não buscar uma nova maneira de agir, fora deste padrão? Confiar que a vida nos trará o que for o melhor para nossa evolução é a maneira mais eficaz de aprendermos a relaxar e nos entregarmos sem reservas ao que acontece.

É claro que isto exigirá de nós uma disposição permanente para encontrar respostas criativas a cada situação, fugindo dos padrões pré-estabelecidos. A insegurança, que esta nova atitude gerará a princípio, será substituída por uma nova sensação: o prazer de ser surpreendido pela existência.

"....É melhor não colocar etiquetas na vida, é melhor não lhe dar uma estrutura, é melhor deixá-la aberta sem final, é melhor não classificá-la, não etiquetá-la. Você terá uma experiência muito mais bela das coisas, terá uma experiência mais cósmica das coisas, porque as coisas não estão realmente divididas. A Existência é um todo orgânico, é uma unidade orgânica. A folha mais pequena do jardim, a mais pequena das folhas é tão importante como a maior estrela.

O menor é também o maior, porque tudo é uma unidade, é uma continuação. E no momento em que você começa a dividir, você está criando linhas arbitrárias, definições. E é assim que se vai perdendo a vida e o seu mistério.

Todos temos controles; essa é a nossa angústia. Todos encaramos a vida de um certo ponto de vista e é aí que nossa vida se torna pobre; porque cada aspecto, no máximo, só pode ser unidimensional, e a vida é multidimensional. Você deve se tornar mais líquido, mais capaz de se dissolver e se fundir; você não deve ser um espectador. E não há nada que resolver. 

Não tome a vida como um problema, ela é um mistério tremendamente belo. Beba-a, é puro vinho! Embriague-se com ela!"
Osho, The Goose is Out.


original:  http://www.stum.com.br/conteudo/c.asp?id=11039

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