quarta-feira, 20 de abril de 2011

O Valor do Perdão


O Valor do Perdão
Só o dono da dor, sabe o quanto dói um coração ofendido, magoado.
Contudo, mesmo na mais trucidante amargura, é preciso pensar: vale a pena alimentar sentimentos pequenos, adoecer a alma, confranger o peito, quando a palavra não pode ser retirada ou o ato não pode ser desfeito?
Não meus caros, felizmente, o tempo não volta atrás.
Quantas vezes deixamos de viver, deixamos de fazer algo, instigados por sentimentos tão pequenos - mágoa, amargura, covardia?
Porque será que nos faltam palavras, porque será que nos falta ânimo, quando a oportunidade de perdoar – muitas vezes, única - bate a porta e é preciso ser rápido, agarrá-la com ambas as mãos, com força, e mesmo assim, correndo o risco de deixá-la escapar, entre os dedos?
Ninguém saberá quantas lágrimas você deixou escorrer na escuridão ou quantos dos teus sonhos você enterrou sozinho.
Perdoar é preciso.
Estender a mão ao irmão, que outrora, causou-lhe mal, não é apenas uma demonstração de generosidade, mas uma dura prova de coragem.
Passar a “borracha” em cima da mágoa, seguir a diante sem ressentimentos, ao homem de alma enrijecida pelo orgulho ferido, é feito quase inimaginável sem um esforço consciente em prol do Amor.
Disse-nos o Mestre: “-Perdoa não apenas uma vez, mas setenta vezes sete”.
Perdoar o próximo é perdoar a si mesmo, segundo a eterna lei de Causa e Efeito, que rege a existência humana. Cotidianamente, praticamos pequenas faltas – que nem mensuramos a gravidade – ou grandes erros, para os quais também necessitamos do Perdão alentador.
A Providência nos perdoará, se não perdoamos o próximo?
É imprescindível que saibamos superar o orgulho, o rancor, a tristeza e nos permitir esta oportunidade maravilhosa de aprendizado, praticando o Perdão. Deus, muitas vezes, consente que sejamos machucados, para nos ensinar a exercer a generosidade, o esquecimento de si mesmo e desse modo – quase sempre doloroso – caminharmos rumo à depuração moral.
Ele, na sua grandiosa sapiência, não contraria a sua lei de Amor, quando não permite que muito dos nossos atos sejam desfeitos, mas nos oferece uma valiosa chance de evoluir espiritualmente, hora perdoando, hora carecendo do Perdão.
Assim, quando uma grande causa de contrariedade, especialmente aquelas advindas do próximo, afligir o peito incauto, fixemos o pensamento em Cristo, que escudado sob o manto da Resignação, clamou: “-Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem!”


Stephane Loureiro
Acadêmica de Direito
*Texto publicado no Jornal Povão, edição 18/04/09 - 05/05/09

Um comentário:

  1. Adorei este texto.
    Sem dúvida perdoar é preciso, sem esse dom o de saber perdoar não progredimos.
    Obrigada pela oportunidade que me deu de ler este belo texto.
    Votos de uma semana Santa.
    Isa

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