A língua
pode ser uma fonte de vida ou um veneno mortífero. Pode
dar vida ou matar (Pv 18.21).
Tiago diz que se alguém não tropeça no falar é
perfeito varão (Tg 3.2).
Até o tolo quando se cala é tido por sábio e no muito
falar não falta transgressão. O homem tem conseguido domar toda espécie de
feras, de aves, de répteis e de seres marinhos, mas a língua nenhum dos homens
é capaz de domar. A língua é mal incontido, carregado de veneno mortífero (Tg 3.7,8).
Tiago fala sobre quatro coisas que a
língua é capaz de fazer.
1.
A língua é capaz de dirigir (Tg 3.3,4) - Tiago compara a língua ao freio do
cavalo e ao leme do navio. Tanto o freio como o leme são instrumentos usados
para controlar e dirigir. O freio controla e dirige o cavalo e o leme controla
e dirige o navio. Um cavalo indócil pode usar sua força para o mal e tornar-se
uma ameaça, mas se domado e controlado pelo freio usará sua força para o bem.
Um cavalo governado pelo freio torna-se um animal dócil e útil ao seu proprietário. Um navio sem leme seria um veículo
de morte e não de vida. Sem a direção do leme, um navio
arrebentar-se-ia nos rochedos e provocaria grandes desastres, com muitos
prejuízos. Tiago diz que a língua, um pequeno órgão tem o mesmo poder do freio
e do leme. Ela pode governar e dirigir nossa vida para o bem ou para o mal (Tg
3.5).
Com ela podemos nos livrar de terríveis acidentes ou podemos provocar
imensos desastres.
Até o tolo quando se cala é tido por
sábio e no muito falar não falta transgressão
2.
A língua é capaz de destruir (Tg 3.5b-8) - Tiago compara a língua ao fogo e ao
veneno. Ambos são destruidores. Uma pequena fagulha coloca em chamas toda uma
selva. Uma pequena dose de veneno pode matar uma pessoa rapidamente. Tiago diz
que a língua é fogo; é mundo de iniquidade. Ela não só põe em chamas toda a
carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em
chamas pelo inferno (Tg 3.6).
A língua é mal incontido, carregado de veneno
mortífero
(Tg 3.8).
Assim como um incêndio, muitas vezes, se torna
incontrolável, Tiago também diz que a língua é indomável (Tg 3.9).
A
maledicência destrói e mata. A boataria espalha-se como um rastilho de pólvora
e destrói como um incêndio que se espalha numa floresta.
3.
A língua é capaz de deleitar e alimentar (Tg 3.9-12) - Tiago prossegue em seu
argumento dizendo que a língua é comparada a uma fonte (Tg 3.11) e a uma árvore frutífera (Tg 3.12). A fonte pode nos
saciar e a árvore pode produzir frutos saborosos que nos alimentam. Nossa
língua pode ser medicina. Nossas palavras podem ser boas para a edificação. Com
a nossa língua podemos trazer refrigério e restauração para as pessoas.
4. A língua é capaz de praticar
profundas contradições
(Tg 3.9-12) - Tiago faz uma afirmação e depois revela
uma incoerência. A afirmação demonstra o aspecto contraditório da língua: Com
ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens,
feitos à semelhança de Deus (Tg 3.9).
Diz Tiago que de uma só boca procede
bênção e maldição (Tg 3.10). Tiago, porém, argumenta que essa incoerência é uma
prática inconveniente: "Meus irmãos, não é conveniente que estas cousas
sejam assim" (Tg 3.10b). Tiago fecha a questão mostrando a impossibilidade
de usarmos nossa língua para duas práticas tão contraditórias: "Acaso,
pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? Acaso, meus
irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Tampouco fonte
de água salgada pode dar água doce" (Tg 3.11,12).
Nossa língua é fonte de
água doce ou salgada; é medicina ou veneno; é veículo para a glorificação de
Deus ou ferramenta para amaldiçoar as pessoas. Não pode ser as duas coisas ao
mesmo tempo. Que Deus nos ajude a fazer a escolha certa!
Soli Deo Gloria!
Texto original:
Nenhum comentário:
Postar um comentário