A Busca do Reino
Logo após Jesus concluir o famoso Sermão da Montanha, um homem do povo o procurou, em particular, e assim se manifestou:
– Senhor, que devo fazer para alcançar o Reino de Deus?
O senhor examinou o íntimo daquele homem, apontou para a montanha onde havia feito o seu sermão e recomendou:
– Terás que rodear esta montanha!
A exigência foi tão pequena que o homem ficou um pouco descrente. Ora, imaginava, rodear a montanha não seria tão difícil. Conhecia o lugar e, com um pouquinho só de esforço, atingiria aquele objetivo. De tão perplexo, voltou a perguntar:
– Senhor, bastará rodear a montanha? E o Mestre repetiu:
– Sim, faze isso!
O candidato ao céu começou, naquele instante, sua caminhada. Deu alguns passos e sua mente, bastante excitada pelo desejo de conquistar o Reino de Deus, caiu em profunda meditação. Viu-se no Paraíso, coberto de luz e glórias celestes. Sentiu fortes emoções como a paz, a gratidão, o amor, a misericórdia e todos os sentimentos nobres. Sentiu que amava e era amado. Percebeu como eram mesquinhas as preocupações dos homens, diante de tanta felicidade que o Reino de Deus proporcionava.
Moveu-lhe um impulso muito forte de enxugar as lágrimas dos que choram, de socorrer os aflitos e de levar a luz a todos os lugares onde há trevas. Percebeu que diáfanas luzes caíam do alto, tocando-lhe o coração, deixando-o enternecido e feliz. Como desejava que todos os homens participassem daquele momento divino! E assim caminhou, sem observar o caminho por onde passava, apenas sonhando, sonhando e sonhando.
Com uma sensação de fadiga, saiu daquele estado de ilusão. Neste instante, teve um grande susto e ficou bastante impressionado: ele se encontrava exatamente no local onde iniciara a caminhada! Havia ou não circulado a montanha? Ele não sabia responder. Não se lembrava de absolutamente nada.
Com imensa dúvida, e sem compreender o que se passara, ele decidiu que faria nova empreitada, desta vez mais atento ao caminho. Deu alguns passos e, sem se aperceber, voltou a sonhar com o Reino de Deus. as mesmas sensações se repetiram. Uma felicidade indescritível dominava-lhe o ser, fazendo-o viver a paz, a caridade, a fraternidade, o amor ao próximo e todas as virtudes ensinadas pelo meigo Rabi da Galiléia.
Quando despertou, com a mesma sensação anterior de fadiga, ficou perplexo: ele se encontrava, novamente, no local onde iniciara a caminhada! Não havia saído do lugar. Não conseguira rodear a montanha.
Fez a terceira tentativa e a mesma coisa. Quando lembrou de si, estava ali, no ponto de partida. Do que se passara, nada recordava. Desapontado, foi à procura do Mestre, a quem se dirigiu nestes termos:
– Senhor, por que eu não consigo rodear a montanha?
– Que buscavas? – perguntou Jesus.
– O Reino de Deus – disse o homem.
– Que viste? – completou o Senhor. – Nada, nada!
– Que viste? – perguntou de novo o Senhor, agora tocando-lhe na testa.
– Senhor!... agora lembro! Das três vezes que tentei circundar a montanha, eu fui tomado por uma visão celestial. Vi o Reino de Deus, representado pela paz, pelo amor, pela misericórdia, pela caridade...
– Onde viste? – Em minha imaginação, em minha mente.
– Tu que viste a paz, a gratidão, o amor, a misericórdia e todos os puros sentimentos saindo de dentro de ti, onde achas que encontrarás o Reino de Deus?
Só então o homem recordou uma das lições do Mestre:
“o Reino de Deus está dentro de vós”.
* * *
* Se o Reino de Deus está dentro de nós, podemos dizer, por analogia, que o inferno também está dentro de nós. Fazer aflorar as delícias do reino ou as amarguras do Inferno é opção de cada um.
* Em mão se espera que a felicidade venha de fora para dentro. Ela é um estado da mente. O jovem apaixonado é feliz ao lado de sua amada, quer estejam num palácio ou numa choupana.
* Felicidade ou desgraça estão aí e vão continuar. Se você se sente na desgraça, saia dela. Inove, recomece, planeje, sonhe, crie, faça algo diferente. Não é a desgraça que nos deixa, somos nós que a deixamos.
* Veja o lado bom da vida. Viva cada momento com a consciência de que você é feliz. No trabalho, na rua, no lar, na cama ou no chuveiro, deixe-se impregnar pela certeza de que você está usufruindo o melhor, para aquele momento.
* Empolgue-se pela vida. Exercite a técnica do “valeu a pena”. Seja agradecido à vida. Recorde seu passado, mesmo os instantes menos felizes, com a conclusão de que “valeu a pena”.
* Valeu a pena Ter nascido aqui; Ter conhecido determinadas pessoas; Ter passado por tal ou qual sofrimento; Ter namorado alguém. Valeu a pena.
* “Vós sois a luz do mundo” (Mateus 5-14)
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Texto Original ; http://evangelhonolar.ning.com/profiles/blogs/a-busca-do-reino
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