terça-feira, 18 de junho de 2013


O QUE É ESPIRITUALIDADE?

Espiritualidade não é uma religião, não é uma doutrina, não é o sacerdócio, não é uma crença e nem uma opinião.

Espiritualidade é um modo de vida, é um estado de espírito, é uma abertura mental, é uma aspiração à transcendência.

Espiritualidade é sentir arder uma chama interior que ilumina nosso caminho no caos e nas trevas que vivemos no mundo.

Espiritualidade é a confiança expressa nas palavras “Ainda que eu ande pelo vale da sombra e da morte, nada temerei.”

Espiritualidade é entender que somos como crianças tomando uma vacina, que machuca muito na hora, negamos, gritamos e esperneamos, mas que depois imuniza nosso espírito.

Espiritualidade é ir além, é a consciência de que a vida não se encerra na morte, de que é preciso haver continuidade dentro da descontinuidade. De que tudo que começa, termina; tudo que nasce, morre; tudo que vai, volta. De que para cada problema há uma solução, para cada lágrima derramada há sempre um consolo e para cada perda há sempre um ganho.

Espiritualidade é reconhecer um propósito em todas as coisas, e recusar a existência da sorte, do azar e do acaso. É ter paciência e confiar que, um dia, o significado de tudo será desvendado.

Espiritualidade é dar de si mesmo, é renunciar ao pequeno para obter algo maior, é abdicar de nossas pequenas posses para ganhar tudo o que sempre nos pertenceu. É fazer das florestas do mundo nosso jardim, é fazer do céu o nosso teto, é fazer dos mares e rios a nossa piscina, é fazer da Terra a nossa casa. É cuidar do tudo, de cada ser e coisa, e não apenas de nossos escassos bens terrenos.

Espiritualidade é ver por dentro, é não se deixar levar pelas aparências, é reconhecer o essencial em cada mínimo aspecto da vida, é satisfazer-se com pouco para obter muito, é rasgar o véu da ilusão e desejar entender o mistério da vida.

Espiritualidade é pedir pouco e agradecer muito. É dar muito e nada pedir em troca. É fazer sem esperar retribuições. É perdoar, é arrepender-se, é refazer, é renovar, é reaprender a ver o mundo e a si mesmo.

Espiritualidade é fazer do seu professor o lírio do campo, as árvores ao vento, a tempestade nebulosa, o orvalho numa flor, a borboleta esvoaçando, o rio fluindo, os pássaros cantando. É aprender com a mais insignificante criatura.

Espiritualidade é deixar o humano morrer para o divino nascer. É trazer o céu para a Terra. É viver na Terra o céu que desejamos após a morte. É debruçar-se no inferno resgatando as almas perdidas e errantes. É ser uma luz no meio da escuridão.

Espiritualidade é dormir quando se tem sono, é comer quando se tem fome, é olhar a montanha e ver a montanha, é molhar as mãos no rio e sentir o frescor das águas, é ver aquilo que está ali, é não intelectualizar tudo, é sentir a essência das coisas e mergulhar na essência da vida.

Espiritualidade é estender a mão aos que sofrem, é dar conforto aos que choram, é dar abrigo aos sem teto, é dar conselhos aqueles que se perderam, é esclarecer aqueles que têm dúvidas, é dar de si mesmo em prol de todos, é fazer o bem pelo bem, é morrer pela verdade para renascer na plenitude.

Espiritualidade é dispensar as palavras e os discursos fúteis e navegar nas paragens do silêncio interior. É aprender a ouvir a vida, a ouvir a si mesmo, a diminuir a corrente dos pensamentos, é tranquilizar o turbilhão das emoções, é fazer circular as energias, é deixar tudo fluir.

Espiritualidade é viver na simplicidade, naturalidade e na espontaneidade. É libertar-se de tudo o que é passageiro, perecível, transitório. É mergulhar na vida sem medo, sem travas, sem amarras, sem correntes, sem bloqueios. É viver, e apenas viver, sentindo a vida como ela é. É não precisar de nada, não depender de coisa alguma, não se deixar influenciar pelas marés agitadas da confusão.

Espiritualidade é libertação, é humildade, é fé, é amor e é esperança.



Original de: Hugo Lapa
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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Faça o bem a SI MESMO


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     Escuta, ó homem, esta grande verdade: todo o mal que aos outros fazes, duplamente o fazes a ti mesmo.
     Para os outros é um mal externo -  para ti mesmo é um mal central.
     Para quem o sofre, é um mal extrínseco - para quem o pratica é um mal interno.
     Ninguém pode fazer  mal ao próximo sem fazer  mal a si mesmo.
     Não pode deixar de ser mau quem o mal produz - mas pode ser bom quem sofre o mal.
     "Não pode a árvore má produzir frutos bons - nem a árvore boa produzir frutos maus".
     O efeito do mal é transitório em quem o sofre - mas é permanente no sujeito que o produz.
     Não digas: "Fiz mal, arrependi-me - e é tudo como dantes" - ilusão funesta!
     Pelo arrependimento, sim, foi lavada a nódoa moral - permanece, porém, na alma a mancha psíquica.
     O mal, conscientemente praticado , estratifica nas profundezas do subconsciente nova camada de hábito vicioso - e deste subsolo funesto irradiam ondas mortíferas para a zona do consciente.
     Todo ato mau, favorece futuras quedas e recaídas - e dificulta a recuperação.
     Todo ato mau aumenta o declive do plano inclinado que o hábito vicioso criou em tua natureza - e quem pode manter-se firme num declive escorregadio?  
     Por isso, meu amigo, o maior bem que a ti mesmo podes fazer é fazer o bem aos outros - bem por amor ao bem.
    O amor que aos outros faz bem, faz tanto bem a ti mesmo que até te faz bom.
     Por isso Jesus dizia que devemos amar ao próximo como a nós mesmos.
     Educa-te, ó homem, a ti mesmo e aos teus, para o idealismo do bem. 
     Faze o bem por amor ao bem - dentro de ti mesmo e aos outros.
     O único meio de fazeres bem aos outros e a ti mesmo é seres bom, intimamente bom.
     O único meio de melhorares o mundo é praticares o Evangelho da bondade sincera, o Evangelho do amor desinteressado, o Evangelho da bem querença universal.
     "Deus é amor - quem permanece no amor permanece em Deus" (S. João).
     "O reino de Deus está dentro de vós" (Jesus).